Negro, órfão de família jamaicana e adotado por um casal branco da zona leste de Londres, Cass Pennant viveu uma história contextualizada pela discriminação racial iniciada nos primórdios de sua infância. Sensações que sentiu na pele desde o ambiente escolar até o dia em que foi levado pela primeira vez por seu pai adotivo ao pub de torcedores do West Ham.
Em contrapartida, o jovem cresceu. E uma das formas de reconhecimento e aceitação deste filho de imigrantes na sociedade foram os socos e botinadas, em nome do amor pela bandeira azul-grená dos Hammers. O filme, baseado na biografia do protagonista, aponta cenas clássicas desta que é considerada a grande subcultura marginal relacionada ao futebol. Trata-se de um passeio pela história da Inter City Firm, famoso grupo de adeptos do West Ham United, na pessoa de um de seus principais integrantes: Cass.
Seu apelido foi herdado da admiração por outro negro. Muhammad Ali-Haj, nascido Cassius Marcellus Clay Jr, de onde surgia o apelido Cass. Era uma forma de reconhecimento do garoto que odiava ser chamado pelo nome, Carol, devido ao bullying na escola.
Cerca de 2 metros de altura, braços pesados e a valentia de um guerreiro das ruas foram as marcas de Cass, um homem que ganhou e também perdeu com a complexa vida de um hooligan com origens jamaicanas.
Entre os saldos do brigador de rua que teve seu auge nos anos 80, muito sangue derramado, uma carreira promissora de escritor hooliganista, o assassinato da mãe adotiva cometido por inimigos, diversos ferimentos a favor e contra, além de duas prisões - a última delas, por assassinato. O sucesso do filme, lançado em 2008, surge no ano seguinte. Mesmo tratando-se de uma produção independente, esteve entre os mais assistidos da terra da rainha.
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